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A atuação da família na escola deve ser complementar à ação
educativa. Jamais deve funcionar como substituta da escola que não assume
suas responsabilidades e tenta passá-las para os pais.
A escola precisa dos pais, mas deve ser agradável para atraí-los. Com
isso, destruirá o mito de que os pais não gostam de participar das atividades
escolares ou não têm tempo para fazê-lo. Pesquisas mostram que os pais,
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sobretudo os das classes menos favorecidas, valorizam a escola, até como
uma forma de dar a seus filhos o que não tiveram.
Os pais não precisam ser cultos. Podem e devem dar, principalmente,
exemplos de vida. Os melhores exemplos de integração escola/família estão
entre as comunidades mais participativas, ainda que menos favorecidas
economicamente, e não entre as mais instruídas.
Um dos exemplos de escola que não assume suas responsabilidades é
a que se dedica apenas aos alunos que já vêm prontos, com bagagem cultural
anterior, e, por isso, são os que se destacam e passam facilmente de ano. O
aluno com dificuldade de aprender, que deveria receber maior atenção, passa
a ser apontado como culpado de seu próprio fracasso, e não a escola.
Em muitos países, os pais vêm o envolvimento na escola como um
direito democrático; em alguns, como França, Alemanha e Dinamarca, é uma
norma. O conceito de contabilidade – que torna públicos os sucessos e
fracassos e as questões financeiras das escolas – foi implantado na Inglaterra,
no Canadá e nos Estados Unidos.
Os governos sabem que o envolvimento dos pais ajuda a elevar
parâmetros. Estudos feitos na Austrália, na Inglaterra e nos Estados Unidos
mostram que as escolas nas quais os alunos são bem sucedidos (tanto em
termos de sucesso acadêmico como de atitudes positivas face à
aprendizagem) são caracterizadas por boas relações casa-escola.
Na Inglaterra e no País de Gales, as escolas devem fornecer aos pais
informações detalhadas sobre o programa curricular; o desempenho
acadêmico da escola em comparação com as outras da área e com a média
nacional; e o aproveitamento dos alunos em relação a parâmetros nacionais.
No Canadá, algumas províncias instauraram comissões de consulta a pais e
nos Estados Unidos decidiu-se incluir os pais nessas comissões.
Na Dinamarca, França, Alemanha, Irlanda e Espanha, os pais têm
assento em comissões decisórias, em nível estatal e nacional. As escolas são
vistas como unidades autônomas e os conselhos escolares têm influência na
tomada de decisões, até mesmo em relação ao currículo. O processo está mais
adiantado na Inglaterra e no País de Gales, onde os órgãos de gestão (em que
se incluem os pais) das escolas tomam todas as decisões importantes fora do
contexto curricular.
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