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segunda-feira, 25 de maio de 2009

As responsabilidades da família no processo educacional

A atuação da família na escola deve ser complementar à ação educativa. Jamais deve funcionar como substituta da escola que não assume suas responsabilidades e tenta passá-las para os pais. A escola precisa dos pais, mas deve ser agradável para atraí-los. Com isso, destruirá o mito de que os pais não gostam de participar das atividades escolares ou não têm tempo para fazê-lo. Pesquisas mostram que os pais, 3 sobretudo os das classes menos favorecidas, valorizam a escola, até como uma forma de dar a seus filhos o que não tiveram. Os pais não precisam ser cultos. Podem e devem dar, principalmente, exemplos de vida. Os melhores exemplos de integração escola/família estão entre as comunidades mais participativas, ainda que menos favorecidas economicamente, e não entre as mais instruídas. Um dos exemplos de escola que não assume suas responsabilidades é a que se dedica apenas aos alunos que já vêm prontos, com bagagem cultural anterior, e, por isso, são os que se destacam e passam facilmente de ano. O aluno com dificuldade de aprender, que deveria receber maior atenção, passa a ser apontado como culpado de seu próprio fracasso, e não a escola. Em muitos países, os pais vêm o envolvimento na escola como um direito democrático; em alguns, como França, Alemanha e Dinamarca, é uma norma. O conceito de contabilidade – que torna públicos os sucessos e fracassos e as questões financeiras das escolas – foi implantado na Inglaterra, no Canadá e nos Estados Unidos. Os governos sabem que o envolvimento dos pais ajuda a elevar parâmetros. Estudos feitos na Austrália, na Inglaterra e nos Estados Unidos mostram que as escolas nas quais os alunos são bem sucedidos (tanto em termos de sucesso acadêmico como de atitudes positivas face à aprendizagem) são caracterizadas por boas relações casa-escola. Na Inglaterra e no País de Gales, as escolas devem fornecer aos pais informações detalhadas sobre o programa curricular; o desempenho acadêmico da escola em comparação com as outras da área e com a média nacional; e o aproveitamento dos alunos em relação a parâmetros nacionais. No Canadá, algumas províncias instauraram comissões de consulta a pais e nos Estados Unidos decidiu-se incluir os pais nessas comissões. Na Dinamarca, França, Alemanha, Irlanda e Espanha, os pais têm assento em comissões decisórias, em nível estatal e nacional. As escolas são vistas como unidades autônomas e os conselhos escolares têm influência na tomada de decisões, até mesmo em relação ao currículo. O processo está mais adiantado na Inglaterra e no País de Gales, onde os órgãos de gestão (em que se incluem os pais) das escolas tomam todas as decisões importantes fora do contexto curricular.

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