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quarta-feira, 21 de abril de 2010

CARACTERÍSTICAS DE UM BOM PROFESSOR


Por Cristina Mellin
As características do professor estão muito ligadas à sua personalidade e ao seu caráter.
Estas características são também individuais e dependem da situação e da matéria.
Sugerimos que você faça uma lista que contenha 5 (cinco) características de um bom e experiente professor.
Geralmente os educadores estão de acordo com respeito às qualidades necessárias.
Como resultado de um seminário, professores elaboram uma lista que contém as características (importantes) de um bom professor, a saber:
1. Conhece profundamente a matéria a ser ensinada.
2. Prepara cada aula de forma específica, identificando claramente o objetivo de cada lição e aula.
3. Explica aos alunos o objetivo da lição.
4. Explica o motivo da tarefa a ser realizada.
5. Cria um ambiente agradável para o aprendizado.
6. Gosta de trabalhar com os alunos.
7. Dá instruções claras e é bem organizado.
8. Apresenta o conteúdo da matéria com modelos ou exemplos.
9. Mantém-se dentro dos limites do objetivo.
10. Exige muito dos alunos, treina-os para que sejam responsáveis quanto ao estudo.
11. Atua de maneira constante.
12. É dedicado e responsável, exige muito de si mesmo.
13. É criativo, versátil na maneira de ensinar, possui novas idéias e novos materiais.
14. É entusiasta e enérgico, porém aceita idéias dos alunos.
15. Notifica o aluno quanto ao seu aproveitamento.
16. É flexível, está sempre disposto a dar e receber (aconselhar e escutar).
17. Provê oportunidades de aprendizagem para os alunos atrasados ou avançados sem causar embaraços, isto é, adapta o ensino segundo as necessidades individuais dos alunos.
18. Estimula a sala de aula para que haja respeito mútuo e cooperação (lições e pesquisas em grupo).
19. Trata os alunos como indivíduos.
20. Respeita as opiniões dos alunos, reagindo sempre de maneira construtiva.
21. Encoraja os alunos a melhorar e ter um bom conceito de si mesmos.
22. Tem senso de humor, expressa seus sentimentos e atitudes.
23. Tem um relacionamento amigável com os alunos, mantendo a disciplina.
24. Coopera com os outros professores.
25. Veste-se de forma adequada.
26. Usa métodos de ensino comprovados.
27. Continua seu desenvolvimento profissional.
28. Conhece a vida pessoal dos alunos.
29. Importa-se em conhecer a comunidade e os recursos locais.
Várias pesquisas indicam cinco pontos essenciais que descrevem um bom professor. São eles:
1) Conhecer bem a matéria.
2) Tratar os alunos como indivíduos e ser amigável.
3) Ser criativo, entusiasta e inovador no preparo das aulas.
4) Ser exigente e manter a disciplina.
5) Manter-se dentro dos limites do objetivo.
CARACTERÍSTICAS DOS ALUNOS DESSES PROFESSORES

1. Demonstram conhecimento da aula.
2. Têm uma atitude amigável uns para com os outros e para com o professor.
3. São responsáveis quanto ao aprendizado.
4. Respeitam o currículo e a escola.
5. Aprendem conceitos, habilidades e atitudes conforme o currículo, segundo os resultados dos testes correspondentes.
6. Demonstram um comportamento que indica uma atitude positiva para com os outros alunos e para consigo mesmos.
7. Geralmente não existe nenhum problema de comportamento em sala de aula.
8. Aprendem muito mais e melhor.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Princípios bíblicos para ensinar a criança no caminho em que deve andar

Por Valmir Nascimento Milomem Santos
A Bíblia é muito clara sobre a origem e o propósito da família. Embora os evolucionista digam que ela seja “o resultado da aglomeração de indivíduos somente para se protegerem contra predadores”(1), as Sagradas Escrituras evidenciam que ela é um belo projeto divino.
Conforme escreve Esdras Costa Bentho, “Deus é quem decidiu criar a família. Esta foi formulada para ser um centro de comunhão e cooperação entre os cônjuges. Um núcleo por meio do qual as bênçãos fluiriam e se espalhariam sobre a terra (Gn. 1.28). Não era parte do projeto célico que o homem vivesse só, sem ninguém ao seu lado para compartilhar tudo o que era e tudo que recebeu da parte de Deus”.(2)
Por esse motivo, oportuna é a definição dada pelo Pr. Silvio Limeira de que a “família é a célula mater da sociedade”; a célula básica de toda civilização; o núcleo afetivo central de onde provém toda estrutura dos demais relacionamentos sociais. Ela é, sobretudo, uma entidade sagrada. Aliás, a única instituição que é ao mesmo tempo secular e sagrada (3). Uma família não cristã ou ateísta não é “menos família” do que um lar cristão. Contudo, é claro, o lar cristão é distinto do lar dos não-crentes: “A maldição do Senhor habita na casa do perverso, porém, a morada do justo ele abençoa” (Pv. 3.33).
“O lar cristão é a expressão mais básica do corpo de Cristo e, portanto, é uma instituição civil, arraigada na criação, e uma instituição sagrada, arraigada na redenção” Michael Horton.
Em sendo, portanto, a família a célula mater da sociedade, é imperioso admitir que quando ela vai mal, toda sociedade também irá. E, infelizmente, essa é a realidade nua e crua que a humanidade tem experimentado nessas últimas décadas: o declínio da família. Numerosos fatos comprovam essa prognóstico sombrio. Quase não há necessidade de citar estatísticas. Nesses últimos quarenta anos, desfilam continuamente diante de nós os sinais do colapso da família: divórcio, revolução sexual, aborto, esterilização, delinqüência, infidelidade, homossexualidade, feminismo radical, movimento dos “direitos das crianças”, ao lado da banalização dos lares de pais solteiros, do declínio da família nuclear e de outros sinais semelhantes. Assistimos ao entrelaçamento de uma intrincada corda que acabará por estrangular a família até a morte. (4)
Jornais e revistas diariamente nos deixam a par de crimes bárbaros envolvendo pais e filhos. Situações em que mães abandonam recém nascidos em caixas de sapato ou leitos dos rios. Pais que enforcam filhos, e filhos que maquinam contra seu genitores (lembremos do caso Richtofen). Acontecimentos aviltantes que deixam o público desconcertado. Descalabros que demonstram que verdadeiramente as famílias estão em conflitos internos. Mas não se tratam de briguinhas envolvendo discussões, debates e choros. Mais do que isso, são verdadeiras guerras travadas entre quatro paredes capazes de acabar com a vida e sonho de muitas pessoas. Batalhas evidenciadas dentro de lares que deixam marcas de terror na vida dos envolvidos.
Nas palavras de Cristo os conflitos familiares seriam um dos sinais da sua vinda: “Um irmão entregará à morte outro irmão, e o pai, ao filho; filhos haverá que se levantarão contra os progenitores e os matarão”( Mc 13:12).
À toda evidência, os valores propagados nesse inicio de século XXI romperam com tudo o que dantes havia sido registrado pelas linhas históricas da humanidade. A propagação distorcida da liberdade e a implantação cada vez mais acelerada da individualidade e autonomia dos indivíduos provocou no ambiente familiar um egocentrismo sem precedentes, resultando, portanto, no distanciamento afetivo entre os familiares.
Teoricamente, o período em que vivemos é chamado de pós-moderno, cujas características são:
Hedonismo – o prazer acima de tudo;
Relativismo – a verdade e a moral são relativas;
Pluralismo – tolerância a qualquer custo;
Pragmatismo – os fins justificam os meios;
Secularismo – Rejeição da religiosidade e da atuação da igreja na sociedade;
Liberalismo – liberdade sem limites;
Antropocentrismo – o homem, e não Deus, é o centro de todas as coisas.
Voddie Baucham Jr. escreve que “não há nenhuma dúvida de que a cultura contemporânea está em crise precipitando-se rumo à destruição. Questões que antes eram consideradas assuntos definidos agora vêm à tona. Há cem anos, seria dificil prever um debate genuíno sobre a natureza e a definição do casamento, a moralidade de matar-se uma criança em meio a um processo de parto, ou se um homem é “religioso de mais” para desempenhar uma cargo no serviço público. No entanto, estas questões não somente estão sendo debatidas, mas também praticadas. O casamento entre homossexuais está tendo lugar, o aborto é um procedimento comum, e o candidatos na política regularmente sujeitam as suas convicções religiosas ao comando daqueles que os manipulam” (5).
Assim, dentro desse cenário, a educação dos filhos segundo preceitos bíblicos apresenta-se não somente como uma necessidade, mas também com um enorme desafio aos pais; principalmente se consideramos que várias teorias apresentam-se hoje sobre como melhor educar nossos filhos. Vejamos.
A EDUCAÇÃO DOS FILHOS NO TEMPO PRESENTE
Nos últimos tempos várias vozes tem se apresentado a fim de ensinar os pais sobre como educar seu filhos. Após o mercado editorial perceber que o tema deveria ser explorado em razão da demanda composta por pais apavorados em busca de receitas infalíveis para educação infantil familiar, uma boa quantidade de livros escritos por supostos especialistas no assunto foram lançados.
Para se ter uma idéia, já em 1997 matéria da Revista Veja revelava que os escritores da auto-ajuda haviam direcionado seus escritos para a área da educação infantil. “Depois de querer ensinar a vocês como ganhar dinheiro, fazer amigos, ficar magro, segurar o casamento, os escritores do gênero resolveram dar lições sobre como educar a criançada” (6), é o que dizia o início da matéria. A reportagem enfatizava ainda que tais obras vendem feito “pão quente porque, em geral, são escritas de olho num alvo fácil: a insegurança dos pais, que já não sabem mais o que fazer pelos filhos”. Afinal, eles trabalham fora, ficam pouco tempo em casa, carregam consigo um tremendo sentimento de culpa. Alguns tentam compensar a ausência entupindo os filhos de atividades, como natação, judô e aula de inglês. Outros buscam apoio na terapia, que custa dois ou três livros de auto-ajuda por semana e tem resultados demorados. Uma terceira leva cai na auto-ajuda.
De fato, depois de meados da década passada obras literárias direcionadas para a educação dos filhos tem crescido assustadoramente. Algumas, voltadas para a auto-ajuda, outras para técnicas psicológicas ou psico-pediátricas; sempre em tom pragmático, com dicas, receitas e planos sobre como a criança deve crescer e ter independência financeira, autonomia, segurança e sucesso na vida futura.
Nesse contexto, pais inseguros recorrem a esse tipo de expediente a fim de tentarem auxiliá-los na criação da prole. Muitos, inclusive, cristãos, que, em momento de desespero partem em busca de dicas ideais para a condução familiar. Obviamente que alguns desses livros tem muito a contribuir com os pais, porém, na grande maioria não passam de trabalhos improdutivos que nada têm a oferecer, cujos ensinamentos se resumem a receitas mal formuladas.
Não há duvidas de que a busca sobre como instruir as crianças seja legítima, afinal a primeira lição que os pais aprendem assim que as crianças nascem, é que filhos não vêm como manual. Mas, de qualquer forma, todos nós temos à disposição o Manual da Vida; aquele que é capaz de instruir o homem em todos os aspectos da sua vivência, da vida à morte: a Bíblia. isso porque “Toda escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído em toda boa obra”. (II Tm. 3.16).
A única forma de salvar e resgatar as famílias que hoje estão em franca degeneralização é voltando às raízes da Palavra de Deus. A transformação do lar, e o relacionamento sadio entre pais e filhos somente é possível a partir da renovação proporcionada pela verdade da Escrituras.
PRINCÍPIOS BÍBLICOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL FAMILIAR
Obviamente que não consta na Bíblia, apesar da sua completude, todas as indicações pormenorizadas dos cuidados que os pais precisam ter com os filhos, com apontamentos específicos e detalhados que vão da infância até o período adulto; entretanto, ela apresenta princípios gerais que devem nortear a vida em família e a conduta dos pais perante seus filhos. Princípios são fundamentos que dão direcionamento às nossas vidas. São diretrizes nucleares capazes de indicar o caminho pelo qual devemos percorrer. Dicas são passageiras, mas princípios são imutáveis.
“O que precisamos é retornar aos princípios bíblicos para a educação de nossos filhos. Os pais não precisam de novos programas embalados em papel de presente de psicologia; eles precisam aplicar e obedecer a alguns poucos princípios que estão claramente expostos na Palavra de Deus para os pais” John MacArthur
Vejamos então alguns desses princípios, os quais julgamos fundamentais, sem prejuízo de outros que constam na Bíblia, que em virtude da falta de tempo não serão analisados aqui.
PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE
Um dos terríveis males que assola a família hodierna é a tentativa dos pais em “terceirizar” a educação dos filhos, passando para outros a responsabilidade que compete somente a eles. Percebemos claramente a transferência da educação para o governo, escolas, creches, babás, avós, filhos maiores e até mesmo para a igreja. Alguns, pior ainda, jogam a responsabilidade para a “babá eletrônica”.
“Ensina a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele”. (Pv.22.6)
A busca moderna de repassar a responsabilidade para terceiros assemelha-se muito ao fato ocorrido no Éden após o episódio do pecado. Quando confrontado por Deus sobre sua desobediência Adão colocou a culpa na mulher. Eva rapidamente apontou o dedo para a serpente. Da mesma forma, no que se refere à educação dos filhos, temos hoje o pai que acusa a mãe. A mãe que acusa a escola. E a escola que culpa a igreja. É um notório jogo de empurra.
Sobre os estabelecimentos de ensino, o que percebemos é que hoje as crianças vão para a escola cada vez mais cedo, com 2 anos de idade em média. Algumas, pasmem, em menor idade ainda. Essa atitude é no mínimo irresponsável, já que queima etapas no que diz respeito à socialização da criança, colocando-a muito cedo em contato irrestrito com o ambiente externo, afinal, como explica Içami Tiba (7), os estudiosos do desenvolvimento infantil dividiram a socialização em três etapas:

  • Socialização elementar: até os 2 anos, quando a criança aprendia a reconhecer e a educar as necessidades fisiológicas (vontade de fazer xixi, sede, fome).

  • Socialização familiar: até 5 ou 6 anos, quando aprendia a conviver com o pai, a mãe, irmãos e demais membros da família.

  • Socialização comunitária: a partir dos 6 anos, quando começava a vida escolar.
Com isso, o contato social acontece precocemente. Ainda sem completar a educação familiar, a criança já está na escola. O ambiente social invade o familiar não só pela escola mas também pela televisão, internet etc.
Como adverte Içami Tiba: “Esses pais cobram da escola o mau comportamento em casa: “O que vocês estão fazendo com o meu filho que ele me r espondeu mal?” Ou: “A escola não o ensinou a respeitar seus pais” Até parece que quem educa é a escola e cabe ao pai e à mãe uma posição recreativa”(8).
O escritor diz ainda que “para a escola, os alunos são apenas transeuntes psicopedagógicos. Passam por um período pedagógico e, com certeza, um dia vão embora. Mas a família não se escolhe e não há como mudar de sangue. As escolas mudam, mas os pais são eternos” (9).
É claro que cada um desses entes mencionados (escolas, creches, babás, avós e igreja) possui sua parcela de responsabilidade. Não há dúvidas disso. Porém, não passam de terceiros auxiliares, já que a responsabilidade primordial de instruir a criança no caminho em que deve andar é dos pais. Compete a eles, somente a eles, a formação moral dos seus filhos. São os genitores, e não outros, aqueles que possuem a competência do ensino das sagradas escrituras a fim de amoldarem suas personalidades em conformidade com a disciplina e admoestação do Senhor. Esse é o princípio da responsabilidade.
Como adverte John MacArthur, “… o próprio Deus deu aos pais a responsabilidade de educar os filhos – não aos professores, nem aos colegas, nem às babás, nem a ninguém que não pertença à família; portanto, é errado que os pais tentem livrar-se da sua responsabilidade ou transferir a culpa quando as coisas vão mal” (10).
MacArthur diz ainda que “os pais cristãos de nosso tempo precisam desesperadamente aceitar esse princípio simples. Ante o trono de Deus, nós seremos responsabilizados se tivermos deixado os nossos filhos sob outras influências que moldaram o seu caráter em caminhos ateus. Deus colocou em nossas mãos a responsabilidade de educar os nossos filhos na disciplina e na admoestação do Senhor, e nós prestaremos contas a ele pelo nosso cuidado para com esse maravilhoso presente. Se outros têm mais influência sobre nossos filhos do que nós, somos culpáveis e inescusáveis por isso” (11).
Pais, vocês têm tentando transferir a responsabilidade de vocês?
PRINCÍPIO DA AUTORIDADE
O esvaziamento do poder das autoridades devidamente constituídas é uma das claras características desses tempos pós-moderno. O que se vê são professores reféns de alunos; pastores com medo das ovelhas e pais subordinados aos seus próprios filhos. Crise de autoridade, esse é o nome. Até mesmo a Bíblia, que em dias passados exercia supremacia e influencia perante a sociedade, hoje já não é aceita como autoridade – senão religiosa, e olha lá. Ainda, o próprio Estado tem tido a sua interferência na vida dos cidadãos restringida, imperando-se o pensamento de que cada pessoa é responsável pelo sua própria vida, sem que ninguém precise dizer o que ela pode ou não fazer, sempre a pretexto da liberdade.
“VÓS, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa; Para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra”. (Ef. 6.1-3)
De toda sorte, o apóstolo Paulo já havia “pintado” o cenário atual, denominado-o de tempos trabalhosos, afirmando que nos últimos dias haveriam homens desobedientes a pais e mães (2Tm. 3.2). É claro que a desobediência existe desde a primeira família; mas o que o apóstolo dos gentios pretendia dizer com isso, inspirado pelo Espírito Santo, é que a desobediência contra pais e mães seria uma característica predominante desse período, onde a rebeldia, o desrespeito e a insubordinação generalizada contra os pais seriam condutas normais dentro do cotidiano social. É o que constatamos.
Segundo a Bíblia, o pai é a legitima autoridade do lar. Ele é o cabeça da família. Aquele que detém a autoridade. Esse princípio deve ser entendido, praticado e defendido. Não se concebe que filhos se rebelem contra seu genitores, e isso seja considerado como uma prática normal.
Por outro lado, não se confunde autoridade com autoritarismo. Autoridade é legitima, o autoritarismo não. Este é o exercício ditatorial do poder dentro de casa, fazendo com que os filhos cresçam não com respeito, mas com medo de seus pais, pois tudo quanto fazem ou dizem são rapidamente censurados, corrigidos e castigados. A truculência, a tirania, e a imposição não fazem parte da verdadeira autoridade, afinal ao invés de contribuir para o crescimento e o fortalecimento da família, promove o distanciamento dos seus entes, os quais partem em busca do seu próprio espaço.
PRINCÍPIO DO ESTABELECIMENTO DOS LIMITES
Atender as necessidades dos filhos é obrigação dos pais. Porém, faz-se preciso distinguir entre o que é necessidade do que é apenas consumismo caprichoso. Assim, estabelecer limites para os filhos é necessário e saudável. Como escreveu alguém: “Nunca se ouviu falar que crianças tenham adoecido porque lhes foi negado um brinquedo novo ou outra coisa qualquer. Mas já se teve notícias de pequenos delinqüentes que se tornaram agressivos quando ouviram o primeiro não, fora de casa. Por essa razão, se você ama seu filho, vale a pena pensar na importância de aprender a difícil arte de dizer não. Vale a pena pensar na importância de educar e preparar os filhos para enfrentar tempos difíceis, mesmo que eles nunca cheguem.(12)
“Não remova os antigos limites que teus pais fizeram” (PV. 22.28).
PRINCÍPIO DA INFLUÊNCIA
Pela maneira como a família moderna caminha a impressão que temos é que os pais estão em desvantagem no que se refere à influência sobre seus filhos. Aparentemente, eles são mais influenciados pelos amigos e pela mídia (internet, cinema, televisão, astros etc), do que por seus próprios pais. E o problema é que grande parte dessa influência é negativa. A batalha parecer ter sido perdida. Mas, a Bíblia estabelece que a maior influência deveria partir dos pais. Eles são (ou deveriam ser) os mentores afetivos e morais dos filhos, de forma a incutir neles, por meio de testemunho pessoal e ensino constante, a vivência segundo os padrões bíblicos (Pv. 1.8).
“Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te” (Dt. 6.6,7)
PRINCÍPIO DA FORMAÇÃO ESPIRITUAL
Os pais cristãos são responsáveis por fazer de seus filhos verdadeiros discípulos de Cristo. Instruí-los desde cedo sobre a leitura da Bíblia, oração, adoração e a participarem dos trabalhos da igreja, a fim de desenvolverem uma espiritualidade sadia e fortalecida, onde possam dizer: “Eu e minha servimos ao Senhor” ((Js. 24.15b).

  • Ore com (e por) eles;

  • Leiam a Bíblia juntos;

  • Louve juntamente com eles;

  • Vá para Igreja com eles;

  • Enfatize o valor e importância da Escola Dominical;

  • Ensine-lhes a santidade de Deus;

  • Explique sobre o pecado e as suas conseqüências;

  • Ensine sobre o arrependimento e o perdão;

  • Fale sobre a obra de Cristo;

  • Explique sobre seguir e confiar em Cristo.

  • Deus abençoe a tua família!

SUPERINTENDENTE E O SEU RELACIONAMENTO COM OS PROFESSORES


Pr: Claudionor Correa de Andrade
INTRODUÇÃO
Para sermos bem-sucedidos como superintendentes, jamais devemos nos esquecer desta proposição: o superintendente da Escola Dominical é, antes de mais nada, um professor. Se soubermos motivar o corpo docente, haveremos de ter uma escola moderna e que prime pela qualidade total no Ensino da Palavra de Deus.
Aperfeiçoemos, pois, nosso relacionamento com os professores.
I. O QUE É O PROFESSOR
a) Etimologia
O significado etimológico do vocábulo professor é bastante curioso. Trazido da palavra latina professore, denota aquele que professa ou ensina uma ciência, uma arte, uma técnica, uma disciplina.
b) Definição
Professor é a pessoa perita, ou adestrada, para, não somente transmitir conhecimentos, mas principalmente formar o caráter de seus pupilos.
c) Conceito pedagógico
Sempre admirável em suas proposições, Aguayo dá-nos esta belíssima definição: Professor é quem conscientemente, e com um propósito determinado, influi sobre a educação de uma comunidade. Educadores e professores são, pois, o sacerdote, o filósofo, o estadista, o magistrado, os pais, os grandes escritores e, em geral, toda pessoa que se propõe estimular, guiar e dirigir o pensamento, a conduta ou a vida dos seus semelhantes.
d) O professor como intermediário
Devem os professores atuar como os reais intermediários entre os especialistas e os alunos. Esta função do mestre foi muito bem entendida pelo admirável escritor Monteiro Lobato: A função do mestre profissional fez-se cara. Tinha de ser o intermediário entre o especialista e o povo, tinha de aprender a linguagem do especialista, como este aprendia a linguagem da natureza, e desse modo romper as barreiras erguidas entre o conhecimento e a necessidade de aprender, descobrindo meios de expressar as novas verdades em termos velhos que toda gente entendesse. Isso porque se o conhecimento se desenvolve demais, a ponto de perder o contato como homem comum, degenera em escolástica e na imposição do magister; o gênero humano encaminhar-se-ia para uma nova era de fé, adoração e distanciamento respeitoso dos novos sacerdotes; e a civilização, que desejava erguer-se sobre uma larga disseminação da cultura, ficaria, precariamente, baseada sobre uma erudição técnica, monopólio duma classe fechada e monasticamente separada do mundo pelo orgulho aristocrático da terminologia.
e) A importância do professor da Escola Dominical
É justamente com esse elemento tão importante da educação que os superintendentes estamos lidando. Não podemos ignorá-lo, nem subestimar-lhe o valor. De nosso relacionamento com ele, dependerá todo o nosso êxito como responsáveis pelo mais importante departamento da igreja. Além disso, são os professores os intermediários entre os doutores e o povo.
Na antigüidade, professor era aquele que, publicamente, professava a sua fé. Que os professores e superintendentes de Escola Dominical jamais nos esqueçamos desse sacratíssimo dever de nosso ministério! Professemos sempre a fé no Cordeiro de Deus.
II. OS PROFESSORES COMO INTERMEDIÁRIOS E INTÉRPRETES DE NOSSOS CURRÍCULOS
São os professores os intermediários entre os especialistas e os alunos. Devem eles atuar como os intérpretes e os adaptadores de currículos.
Estejamos atentos aos professores que, rejeitando temerariamente as lições que lhes prescreve a Igreja local em consonância com a orientação dos órgãos convencionais competentes, põem-se a escrever lições por conta própria, cometendo não raro aleijões doutrinários e aberrações teológicas.
III. OS REQUISITOS BÁSICOS DO PROFESSOR
Theobaldo Miranda Santos afirmou, certa ocasião, que o professor não é somente aquele que educa por profissão. É aquele que, por vocação, ensina. Quem pode contestar o ilustre pedagogo brasileiro? Ora, se assim deve agir o professor secular, o que não diremos acerca do professor que tem como missão ensinar a Palavra de Deus?
Vejamos, a seguir, os requisitos exigidos daquele que se propõe a ensinar:

1) Vocação

É o ato de chamar. É o pendor, a disposição e a pendência para alguma coisa. Paulo comparou o ensino a uma chamada divina: De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: se é ensinar, haja dedicação ao ensino (Rm 12.7).
A vocação ao ensino da Palavra de Deus, por conseguinte, é algo sagrado.
2) Amor ao ensino
Não basta ser vocacionado ao ensino; é necessário que se tenha pelo ensino um sacrificado amor. Os que, no magistério, vêem apenas uma fonte de renda, sentir-se-ão continuamente frustrados. Antes de mais nada, consideremos: o ensino, como todo o sacerdócio, não foi instituído para enriquecer quem o pratica, e, sim, aqueles a quem ele se destina. Jamais deve o professor esquecer-se do que disse Platão: Os que levam fachos de luz devem passá-los a outros.
3) Dedicação ao ensino
Os chineses têm um ditado: Cem livros não valem um bom professor. Basta um instante de reflexão para se concluir: cem livros não valem um professor desde que este seja dedicado ao ensino. Superintendente, tem você ajudado seus professores a se dedicarem ao ensino? Incentive-os; é a sua missão.
4) Exemplaridade moral
João Batista de La Salle, impressionado com a decadência do ensino em sua época, resolveu fundar uma escola que educasse dignamente as crianças, e cujos professores se destacassem, acima de tudo, pelo exemplo moral.
Como carecemos de pessoas moralmente sadias! Se não tivermos mestres que sejam doutores na conduta, jamais poderemos alistar cristãos que sejam graduados no agir, adestrados no pensar e aptos a servir a Deus.
Eis o que certa vez recomendou Raul Ferrero: Dentro e fora da escola, o mestre deve ser um paradigma de correção e de boa conduta porque a virtude se irradia sobre os demais como um exemplo vivificador. Enobrece o espírito e concede ao homem um traço de incontestável respeitabilidade. Requer, pois, o educador sólidos princípios morais e religiosos, severamente observados. Como só se pode transmitir o que se possui, o mestre, ensinando a moral, tem de vivê-la com sóbrio orgulho e inculcá-la com paternal solicitude.
5) Vida espiritual
Precisamos de professores que se dediquem amorosa e sacrificialmente ao Senhor Jesus. Não basta ter vocação ao ensino; é imprescindível o devotado amor ao Divino Mestre. Como podemos ensinar o amor a Cristo, se desconhecemos o sentido do amor divino? Leciona o pastor Antonio Gilberto:O professor espiritual e preparado completa o trabalho do evangelista ou pregador. O ensino da Palavra deve ser em toda igreja uma seqüência da pregação.
6) Preparo físico
Tendo em vista as dificuldades inerentes ao ensino, é fundamental que o professor esteja preparado fisicamente. Terá ele, afinal, de ministrar aulas que, em média, duram de quarenta minutos a uma hora. Recomenda-se, pois, ao professor que cuide bem de sua saúde, alimente-se na hora certa e não sacrifique as horas de sono.
Tem os seus professores esses requisitos? Se os têm, é mister que os desenvolvam plenamente.
IV. OS PRINCIPAIS DEVERES DO PROFESSOR
Como em toda a escola, cabe ao superintendente levar o corpo docente a cumprir fielmente as suas obrigações. Doutra forma, o grande projeto, que é a Escola Dominical, jamais alcançará seus objetivos.
1) Preparo da lição
Que cada professor gaste pelo menos uma hora por dia no preparo de sua lição. Aqueles que só lêem a lição no domingo, minutos antes de ir à Escola Dominical, estão fadados ao fracasso.
2) Pontualidade
Incentivemos o professor a chegar à Escola Dominical com, pelo menos, trinta minutos de antecedência. Ele poderá, assim, verificar se a sua sala está devidamente preparada. Além disso, poderá dispor de alguns minutos para orar a fim de que Deus o abençoe na ministração da matéria.
3) Visitar os alunos
O professor não deve permitir que os faltosos fiquem sem a devida assistência espiritual. Visitando-os em suas lutas e provações, os mestres muito nos ajudarão a viver um grande avivamento espiritual.
4) Orar pela classe
Leve seus professores a intercederem por suas respectivas classes e pela Escola Dominical como um todo. Sem oração, não pode haver progresso. Aconselho que toda a semana o superintendente se reúna com os professores e a diretoria da
Escola Dominical a fim de interceder por esta junto a Deus. Aí está a chave da vitória.
5) Freqüentar a reunião dos professores
Leve seus professores a freqüentarem regularmente a reunião dos professores. É a oportunidade de que você dispõe para incutir nos mestres o espírito de corpo (unidade espiritual) de que deve haver em cada Escola Dominical. Além disso, precisarão observar as orientações didáticas e pedagógicas concernentes às lições a serem ministradas.
Ajude os professores a cumprirem os seus deveres. Fale com aqueles que estejam enfrentando dificuldades para observar as normas estabelecidas pela Escola Dominical. Seja compreensivo; todavia, jamais negocie a sua autoridade como superintendente. Seja paciente, porém, nunca perca de vista os grandes objetivos do Reino de Deus.
Embora pareça difícil e até doloroso substituir um professor, às vezes é imperioso fazê-lo. Se este vier a perder o alvo do ensino cristão e não mais contemplar suas urgências, exorte-o. Se não houver mudança de atitude, não relute em proceder a substituição. Mas não deixe de orar pelo mestre que está sendo substituído; amanhã poderá voltar devidamente reciclado.
V. O QUE PODERÁ FAZER O SUPERINTENDENTE EM PROL DOS PROFESSORES
Exporemos aqui o que poderá fazer você pelos seus professores.
1) Ore pelos professores.
Apresente-os diariamente ao Senhor Jesus. Deve você posicionar-se diante de Deus como o maior intercessor da Escola Dominical. Lembra-se de Samuel? Foi considerado pelo próprio Deus como um dos dois maiores intercessores de Israel (Jr 15.1).
2) Visite os professores.
Assim como os professores devem visitar os alunos, deve o superintendente visitar cada professor em particular. E se um dia o superintendente precisar de visitas, o pastor estará pronto a fazê-lo. Dessa forma, cada um interessando-se pelo seu irmão, Deus estará visitando a todos. É a lei do amor.
3) Interesse-se pelos problemas de seus professores.
Não se limite a substituir os mestres que, num dado momento de sua carreira, estejam enfrentando dificuldades. Procure saber o que lhes está acontecendo. Às vezes é apenas uma fase difícil. Já pensou se o Senhor Jesus fosse desfazer-se de nós cada vez que nos víssemos em crise? Certamente não estaria eu a escrever este livro.
4) Recicle os professores.
Se não tomarmos cuidado, tanto os professores como nós, os superintendentes, repetir-nos-emos. Por isso, é imperativo que nos reciclemos periodicamente. Sempre que houver um curso específico, patrocine a ida de seus professores. Ou melhor: vá com eles. Mostre-lhes que você mesmo está interessado em aperfeiçoar-se.
5) Ajude os seus professores a serem grandes pesquisadores.
Jerônimo, que foi um dos maiores cultores do Cristianismo, deixou aos seus discípulos este peregrino conselho: Vivei como se, cada dia, tivésseis de morrer; estudai como se, eternamente, tivésseis de viver. O que o grande erudito quis dizer-nos? Em primeiro lugar, que os professores não podemos limitar-nos às atividades acadêmicas. Antes destas, devemos primar por uma vida piedosa e santa, devocional e sacrificialmente amorosa.
CONCLUSÃO
Lute por seus professores a fim de que alcancem o grau de excelência requerido na Palavra de Deus: O que ensina, esmere-se no fazê-lo.

Marketing para a Escola Dominical

INTRODUÇÃO
Já é por muitos conhecida a urgência de se repensar em um programa de (re)integração dos alunos à ED. A percepção primeira dessa realidade veio da CPAD, quando, após constatar que cerca de 80% da membresia não participava da ED, lançou, em 1996/1997, o Biênio da Escola Dominical, que teve como lema: “Achei o Livro da Lei na Casa do Senhor” (2Cr 34.15). Desde então, os avanços experimentados pelo principal Departamento da Igreja tem sido de proporções consideráveis. Entretanto, estamos em um outro momento pendular. Naquele o “Livro da Lei”, a Bíblia, livro texto da ED estava “perdido”. Nesse, a metáfora mais adequada é a analogia dos alunos com a décima dracma que foi perdida dentro da própria casa (Lc 15.8 e 9). Assim, devemos “achar” os alunos “perdidos” dentro da Igreja, para depois nos lançarmos à procura da clientela externa. Os novos tempos exigem uma postura diferente. É um novo paradigma que desponta, e devemos nos adequar à nova dinâmica. A gestão educacional da ED precisa, urgentemente, ser mudada.

O que é um paradigma
Segundo o Dicionário de Sociologia, o termo paradigma vem da lingüística. Ele aparece a partir dos estudos do lingüista suíço Saussure, nos anos 20 e nos demais que se seguiram do século XX. Saussure estabeleceu a teoria do signo lingüístico. O que são signos lingüísticos? Os signos lingüísticos são os elementos constituintes de uma língua, os quais se relacionam, ou seja, existem solidários entre si.
Pela exigüidade de espaço, não poderemos ver como aconteceu o processo de transformação da terminologia em sua completude. No entanto, relacionamos, apenas a título de informação, o momento em que o termo saiu de seu sentido original e passou a ter uma outra conotação. Segundo o mesmo léxico, a designação de paradigma passou da lingüística para a gramática, designando o modelo de uma classe gramatical. Daí, o termo paradigma passou para a linguagem em geral e entrou nas Ciências Sociais, onde tem igualmente a acepção de modelo ou matriz, de algo que serve de referência.

Qual o aspecto mais relevante do paradigma
O aspecto mais relevante reside em sua capacidade de possuir qualidades ou características que fazem dele um tipo. Isso traz ao paradigma a propensão e tendência de ser reproduzido. Na verdade esse é o seu “objetivo”. A sua carga semântica é forte, pois se liga a norma, ao conjunto de regras que regem determinada situação ou grupo, destinando-se a servir de exemplo, e assim ser imitado.

Quem ou o “que” determina o paradigma
As mudanças com suas ondas de transformações determinam as novas dinâmicas organizacionais. Essas mudanças criam o paradigma. E esse, por seu turno, cristaliza o modelo que vem com a nova onda. Como o homem, se não em todos os sentidos, mas pelo menos em alguns, é produto do meio, evidentemente que haverá o estabelecimento de um conflito no momento do mesmo ser educado “cristãmente” na ED, em contraposição com a educação laica que ele recebe durante a semana na escola. E por que partimos desse pressuposto? Por que, em tese, a escola laica se adequou aos novos tempos, ao novo paradigma educacional, e a ED não. Ela permanece sendo aquela instituição centenária que “todos” “amam”, mantida pela força da tradição, mas que não mudou em nada no sentido administrativo, pedagógico, didático, recepcional e em outras dimensões que fazem parte do bojo organizacional e estrutural da ED.
Cientes de que é inadmissível permanecer na postura passiva e resistente do paradigma de visão educacional tradicional, e levando em conta que a nossa tarefa educativa é gigantesca, pois devemos ensinar “todas as coisas que Jesus ensinou” a “todas as nações” (Mt 28.19,20), é imprescindível agora pensar em como realizarmos o nosso trabalho de maneira cristã em moldes contemporâneos.

Qual é o novo paradigma educacional
O novo paradigma educacional em vigência, é o do humanismo, da prevalecência do homem, do pragmatismo, sendo que a ênfase desse último aspecto, conforme postulou John Dewey, recai na tese fundamental de que “a verdade de uma doutrina consiste no fato de que ela seja útil e propicie alguma espécie de êxito ou satisfação”. Excetuando os elementos narcisistas e hedonistas desse pensamento, podemos extrair dele boas coisas. Por exemplo, nessa nova dinâmica a compreensão da utilidade do que se está aprendendo é fundamental para cativar alunos.
Analisando esse paradigma com as “lentes do cristianismo”, ou seja, passando a encará-lo do ponto de vista da cosmovisão cristã, é possível aproveitar esse momento em vez de ingenuamente negá-lo ou querermos resisti-lo. Persistir em um ensino homogêneo, que considera todos iguais, que não respeita as individualidades cognitivas e meramente informa, é escancarar as portas da ED e obrigar os alunos a se evadirem.

Quais as implicações desse novo paradigma para a ED
As implicações que subentendemos como mudanças a serem implementadas na ED, estão situadas em pelo menos, quatro níveis:
a) Mudança Estrutural: Esse ponto refere-se não apenas a questão física, predial e mobiliária, mas, principalmente sobre a questão organizacional, administrativa, pedagógica e grupal. A descentralização de poder deverá ocorrer de fato e direito. Mais do que nunca o conselho de Jetro está em voga (Ex 18.13-26);
b) Mudança Tecnológica: Tem se dito, com propriedade, que o analfabeto do século 21 é quem não sabe lidar com a tecnologia. E, diga-se de passagem, nesse ponto nossos filhos (e alunos) estão alguns anos luz em nossa frente. Mas isso não tem que ser necessariamente assim, urge que aprendamos a utilizar toda a parafernália tecnológica para podermos nos aproximar do “mundo” dele
c) Mudança Comportamental: Isso em todos os aspectos. No relacionamento intra e interpessoal. No tratamento com os colegas da equipe e principalmente com a clientela discente. Essa mudança comportamental deverá iniciar com os recepcionistas e ir até o pastor. Todos, sem exceção, deverão trabalhar no sentido de atrair, conquistar e manter alunos na ED;
d) Mudança de Valores: Também conhecida como “cultura educacional”. Esse aspecto é o mais importante, pois, sem mudança pessoal e interior da cultura educacional (valores) do superintendente não podemos esperar mudanças na administração ou gestão da ED. Só para exemplificar, o que o superintendente imagina que seja a ED? Uma extensão do culto? Um culto com outro nome? A ED pode, e deve glorificar a Deus, mas Ela não é um culto, é aula, atendimento informal e personalizado visando aproximar os alunos de Deus, com vistas a formá-los, tendo como modelo valorativo e transcendental o Senhor Jesus (Ef 4.11-16).

O que as pessoas esperam da ED
A “nova” visão do que é ED, na verdade, é uma readequação ao que ela sempre foi, mas que, de um tempo a esta parte deixou de ser. A ED é a continuidade da Missão Educativa que Deus outorgou ao seu povo (Gn 18.18 e 19; Dt 4.1-9; 6.1-25; Mt 28.19 e 20; Ef 4.11-16 etc.), visando formá-lo e satisfazer a sua necessidade de conhecimento: “Quando teu filho te perguntar [...]“, disse o Senhor (Dt 6.20). Na readequação da ED, a despeito dessa afirmação ser um truísmo, devemos saber que sem aluno não se tem ED. Por isso, entender a missão e a visão de Deus para a Educação Cristã é o ponto crucial, para podermos estabelecer uma “política de qualidade” pela qual a equipe da ED deverá se pautar. A célebre pergunta do marketing não é “o que queremos vender?”, mas, “quem é o nosso cliente?” É preciso saber quem são os nossos alunos potenciais, qual o seu perfil, e assim, sem modificarmos a Verdade Escriturística, readequarmos nossos métodos de atração, conquista, atendimento e manutenção dos mesmos. É preciso, a exemplo de Jesus, oferecer respostas ao que as pessoas buscam (Jo 3.1-21; 4.1-30). É fato que elas poderão não gostar de todas as respostas, mas, a satisfação proporcionada nas ocasiões anteriores assegurará a freqüência, e dirão, parafraseando Pedro: “Para onde iremos nós? Só a ED tem as Palavras de vida eterna” (Jo 6.68).
O que aquelas crianças e adolescentes precisavam para viver bem e se sentirem humanas e que puderam encontrar no trabalho de Robert Raikes, há 226 anos, são as mesmas necessidades que motivam as pessoas pós-modernas a buscarem uma ED:
• Um propósito para o qual viver;
• Pessoas com quem viver;
• Princípios pelos quais viver;
• Força para seguir vivendo.
Uma ED que não oferece satisfação e repostas para essas quatro necessidades básicas não está à altura de representar o Reino de Deus como agência de Educação Cristã. Evidentemente que cada pessoa, de acordo com a faixa etária, maturação biológica e mental, condição social, possui carências de diferentes matizes e formas de manifestar diante das quatro necessidades acima elencadas. Um exemplo típico do que está sendo colocado, pode ser visto na diferença que existe entre lecionar para uma classe de adultos na faixa etária dos vinte e cinco aos quarenta anos e lecionar para pessoas da terceira idade. Os anseios e motivos podem ser os quatro enunciados acima, no entanto, a forma pela qual irá se manifestar a necessidade bem como a sua satisfação serão diferentes. Os interesses de ambos os grupos são distintos.
A administração, ou a gestão dessa demanda é o que deverá orientar o trabalho da equipe da ED. A Missão Educativa da Igreja está determinada há nada menos que dois mil anos, que devemos ensinar e educar, é ponto pacífico em nossa reflexão. A pergunta inquietante é: “Como atrair as pessoas pós-modernas para a ED, quando a mídia, o estresse e outras coisas oferecem a “tentação” de prendê-las ao conforto do sofá aos domingos”? A resposta é simples: Precisamos motivá-las. E isso representa um duplo desafio: criar ou identificar a necessidade e apresentar um elemento adequado para satisfazer essa carência.
Jesus, o Mestre por excelência, conhecia muito bem as pessoas (Mc 2.8; At 1.24). Certa feita, após o milagre da multiplicação dos pães, Jesus disse que sabia que muitos estavam à sua procura não pelos sinais que O viram fazer, mas pelo pão que Ele ofereceu (Jo 6.26). Ouvir Jesus já era por demais gratificante e satisfatório. Agora, imagine, Ele ainda oferecia comida para aqueles que se dispunha a ouvi-LO. Qual era intenção de Jesus com esse tipo de atendimento? Fez Ele isso para que as pessoas não voltassem?

 
Marketing para a ED. Um novo paradigma para administrá-la
É sabido por todos nós que durante muitos anos marketing foi confundido com propaganda, venda etc. No entanto, estudos recentes, têm mostrado que o marketing é uma atividade central das instituições modernas visando atender eficazmente alguma área de necessidade humana. Ele é um conjunto de ações, que pressupõe entendimento de todos os fatores que influenciam o comportamento das pessoas, e não simplesmente o mero ato de propagandear ou vender. Uma definição de marketing, na visão de Philip Kloter, uma das maiores autoridades da área, pode nos oferecer uma boa visão:
Marketing é análise, planejamento, implementação e controle de programas cuidadosamente formulados para causar trocas voluntárias de valores com mercados-alvo e alcançar objetivos institucionais. Marketing envolve programar as ofertas da instituição para atender às necessidades e aos desejos de mercados-alvo, usando preço, comunicação e distribuição eficazes para informar, motivar e atender a esses mercados.
Essa definição nos possibilita entender que marketing não é algo realizado sem conhecimento de quem seja o nosso público-alvo. Mostra-nos também, que não devemos realizar ações por acaso, elas devem ser vislumbradas em todas as suas dimensões anteriormente. Aprendemos também, que o propósito do marketing é estabelecer uma relação de trocas voluntárias de valores, isso significa que a nossa oferta da ED deve ser compatível com as respostas que esperamos de nossos alunos, ou seja, a freqüência deles. Para isso é necessário proporcionar satisfação, e temos condições de fazer isso na ED. Basta apenas um planejamento eficaz, e, a “simples” necessidade que as pessoas têm do “sagrado” proporcionará um bom motivo para que elas venham a ED. As necessidades que foram citadas acima, também constituem uma ótima fonte de estimulo à ED. Administrar essa demanda é a função precípua do marketing, daí o porquê de o utilizarmos como ferramenta de ação na ED. Essa relação não é nova, o que você acha desse pensamento: “Bem-aventurada a Escola Dominical administrada como um Banco, pois os seus negócios serão bem dirigidos e terão o respeito de todos”. Parece “liberal” demais essa comparação, mas ela não foi dita agora. Ela faz parte das “Bem-aventuranças da Escola Dominical”, escritas na extinta Revista Seara (CPAD), número 61, de outubro de 1967. O que ultimamente vem sendo utilizado pelas instituições seculares, denominado de marketing educacional, deve ser encarado por nós como uma ferramenta que tornará mais dinâmico o nosso trabalho, não tendo nenhuma correlação com liberalismo ou mercantilismo.
Finalizando, cabe aqui dizer, que o principal responsável pelo atendimento de necessidades discentes, é o professor da ED, pois as aulas podem ser elementos satisfacionais na busca de respostas espirituais. No entanto, toda a equipe da ED pode atender parte das necessidades com apenas um pouco de cordialidade, educação, boa vontade e espontaneidade. Basta que essa meta seja estabelecida e implantada uma política de qualidade visando alcançar excelência nesse aspecto. O superintendente e toda a equipe da ED deverão se conscientizar de que o propósito da ED é educar as pessoas cristãmente, e isso só pode acontecer se as pessoas vierem para o educandário. E elas só virão à ED se forem bem atendidas, encontrarem respostas, se puder interagir com a comunidade, e obtiverem força para continuar vivendo. Fazendo isso, com certeza estaremos administrando segundo o poder que Deus nos deu, e em tudo o Senhor será glorificado (1Pd 4.11b).
Pastor César Moisés Carvalho é autor do livro Marketing para a Escola Dominical.

Como podemos contribuir para tornar a EBD mais interessante?





Profa. Amélia Lemos Oliveira
1. SAIBA COMO PLANEJAR, COM EFICÁCIA, SUA AULA:
 Conteúdo- deve ser de pleno conhecimento do professor, o primeiro a ser considerado no planejamento da aula.
 Extensão e tempo- é necessário verificar a quantidade de informações e ensinamentos a serem transmitidos. É preciso fazer uma seleção de conteúdos, priorizar as informações e ensinamentos que mais se harmonizam com os objetivos da aula, de forma prática no tempo disponível.
 A exposição de uma lição requer uma boa distribuição de tempo:

  • Abertura (5%) – uma espécie de “quebra-gelo”.
  • Introdução (10%) – estabelecimento de relações com o tema estudado na aula anterior. Desperta a disposição para a aprendizagem. É por isso que deve haver criatividade, por parte do professor, que, também, precisa utilizar notícias de jornal, fatos contemporâneos, ilustrações e experiências corriqueiras para que os alunos se familiarizem.
  • Interpretação (30%) – a argumentação bíblica do professor deve ser consistente com as verdades contidas na Palavra de Deus, de tal modo que os alunos posam interpretá-las e aplicá-las.
  • Aplicação (40%) – o aluno deve ser estimulado a mudar aspectos de sua vida para andar de acordo com o que está contido nas Escrituras: os princípios, leis, ensinamentos que devem ser levados em consideração, esclarecidos e assimilados para a formação do caráter cristão. É o momento no qual deve-se estimular a participação, o partilhar de experiências que propiciem edificação e aprendizado. Tudo isto deve ser feito com a supervisão e direcionamento do professor para que não se escape dos objetivos da aula.
  • Conclusão (15%)- recapitulação das principais informações transmitidas e repasse de conhecimentos aprendidos. É o momento de fechar idéias, confirmar doutrinas e demonstrar a importância da mudança de atitudes e comportamentos. É momento de comunhão e edificação espiritual, por meio do qual os alunos farão uma introspecção para expor, diante do Senhor, a situação real de sua vida em busca de mudança.
A importância do planejamento e do ensino eficaz:
É o momento no qual o professor vai explorar, ao máximo, o seu potencial e criatividade, constatando o interesse dos alunos pela Palavra de Deus e o desejo de retribuir o que lhes foi ensinado. Para alcançar isto, o professor deve ser previdente e organizado, administrando o seu tempo semanal com a meditação da lição que vai ensinar.
Por meio do ensino, o professor desperta a mente do aluno para captar e reter a verdade, motivando-o a pensar por si mesmo, da seguinte forma:
1. O aluno precisa crer que não é o professor que o ensina.O professor tem que fazer que fazer com que o aluno pense por si mesmo, estimulando a sua atividade intelectual para que ele descubra as verdades implícitas na sua mensagem. Somente há aprendizagem com a atividade mental dos alunos. Para isto, devem ser guiados de tal forma que possam expressar com segurança seus novos pensamentos, com base nos resultados da leitura e observações do professor.
2. O professor deve explicar o novo com base no antigo, partindo do conhecido para o desconhecido, do claro para o obscuro, do fácil para o difícil. A eficiência do seu ensino está na apresentação de imagens já conhecidas para que os alunos façam associações, da mesma forma que Jesus o fazia com as parábolas.
3. Deve-se considerar a faixa etária, as condições sócio-econômicas, bem como os interesses do aluno para que possamos ensiná-lo de acordo com as suas necessidades, adaptando o ensino ao desenvolvimento moral e espiritual dos mesmos (ou seja, à altura espiritual dos alunos).
4. A verdade a ser ensinada deve provocar mudanças na vida do professor, permitir que o mesmo se emocione, sinta o impacto daquela palavra ensinada em sua vida e a pratique. Quem domina a lição e permite que ela o comova, também saberá comover os seus ouvintes.
5. Vejamos o que Myer Pearlman diz acerca do papel do eficiente professor:
“…Você, professor, tem de relacionar constantemente as partes das Escrituras – comparando as histórias com as doutrinas, as profecias com seu cumprimento, os livros com os livros, o Antigo Testamento com o Novo Testamento, os tipos com os arquétipos (modelos, anotação nossa), para que o aluno aprenda que a Bíblia não é uma coleção de textos e de fatos separados, estanques, mas uma unidade viva, cujas partes estão relacionadas vitalmente umas com as outras, como os membros do corpo humano. Vimos depois que o professor precisa aplicar continuamente a lição à vida individual, e à coletiva, para que o aluno fique sabendo que todo ensino bíblico está relacionado com os fatos de sua vida. Nenhum ensino bíblico é teórico, sem aplicação prática.”1
 2. COMO O PROFESSOR DEVE SE PREPARAR
 1. Preparo espiritual – à frente da sala deve estar um verdadeiro cristão, alguém que tenha uma real experiência de conversão e que procura santificar sua vida. Tal serviço prestado ao Rei é resultado de uma vocação, um gesto de adoração. Não basta ser profissional, é necessária a submissão ao Senhor Jesus, uma vida de adoração, de execução da Sua vontade e busca pelas coisas de cima, tal como o salmista orou: “Desvenda os meus olhos, para que eu veja as maravilhas da Tua lei.” (Sl 119.18). É preciso reconhecer-se dependente do Senhor, incapaz de compreender a Palavra sem o Seu auxílio, moldando a sua vida de acordo com esta Palavra. O professor deve ser um depósito de verdades divinas e fiel guardião da sã doutrina à medida que viver em comunhão com a Palavra de Deus (Sl 119.97; Ex 3.1). Este amante da Palavra, certamente, vive com o seu coração a ferver com palavras boas, ensinamentos eternos e vivos que fazem toda a diferença (Sl 45.1).
2. Preparo bíblico eficaz - o preparo espiritual é um pré-requisito indispensável para se dar início ao preparo bíblico, num profundo mergulho nas Escrituras, que se apresenta nas seguintes atitudes:

  • fazer diversas leituras do texto bíblico, comparando as diferentes versões;
  • formar uma biblioteca pessoal que contenha dicionários, concordâncias, comentários e manuais bíblicos que auxiliarão na interpretação dos textos;
  • fazer diversas perguntas ao texto para identificar promessas, ordens, mandamentos, princípios, doutrinas, orientações e lições. O descuido com a pesquisa traz inúmeros prejuízos à aula, o que contribui para desmotivar os alunos;
  • fazer um esboço detalhado do texto bíblico – dividir o texto em partes menores permite a assimilação de novas informações;
  • selecionar as lições mais importantes do texto – a Bíblia é como um poço de águas cristalinas que saciam a nossa sede; como uma caverna que contém inúmeros tesouros, os quais, para serem encontrados, requerem tempo, paciência e coragem de quem os busca. Deve haver prazer em meditar na Lei do Senhor (Sl 1.2) para efetuar este intenso trabalho de pesquisa.
3. Estudo da lição desde o início da semana – o ideal seria que todo professor reservasse, pelo menos, meia hora de cada dia, para estudar a lição. Dessa forma, resolveria aquelas questões que surgem, durante o estudo, antes de ministrá-lo à sala, encontrará melhores ilustrações e referências para o assunto, disporá de mais tempo para orar, bem como contar com a função cerebral subconsciente, segundo Myer Pearlman:
 “O subconsciente nos ajuda muito. Sabe-se que por meio do subconsciente aprendemos muito. Depois de havermos feito um estudo árduo e consciente de um assunto, nossa mente continuará trabalhando na questão, enquanto dormimos ou cuidamos de outras coisas. O ditado muito conhecido que diz ‘consulte o travesseiro’ acerca de uma decisão ou problema, está certo. É exemplo do que vimos dizendo sobre o subconsciente. Mas acima de tudo, lembre-se de que por meio da oração é possível estimular sobrenaturalmente as nossas faculdades mentais. ‘Ele os guiará em toda verdade’, diz-nos Cristo. Note que a palavra ‘guiar’ subentende que devemos estar procurando a verdade, ou em outras palavras: estudando.”2
 4. Estudo consciente

  • O texto bíblico da lição deve ser averiguado, analisado, dissecado, experimentado antes da investigação profunda do comentário da revista.
  • Ajuntar material além do necessário para a aula. Isso depende da aplicação e dedicação do professor que deseja inspirar amor pelo estudo, trazendo informações adicionais ao texto da lição para a classe.
  • Estudar o texto e o contexto de forma detalhada.
5. Registro pessoal de seu estudo – o professor deve preparar-se em oração e fazer anotações pessoais (na escrita e na prática) que estejam relacionadas à edificação do caráter cristão e testemunho pessoal. A mensagem a ser transmitida deve provocar o efeito da transformação de vidas. Daí a necessidade do testemunho pessoal.
6. O estudo da lição – o planejamento da aula com base nos objetivos da lição é fundamental para que o professor ensine uma mesma verdade de várias maneiras. Tudo o que ele disser deve estar centrado no objetivo principal da lição. O tema principal será como um Sol, ao redor do qual se moverão todos os pensamentos a ele relativos, tais como os planetas o fazem ao redor da maior estrela
7. Apresentação da lição – o início da aula é o momento de negociação, momento no qual o professor vai lançar o anzol com uma isca bem apetitosa para atrair o aluno a si, mantendo-o fisgado. Para isto, ele deve elaborar estratégias que façam o aluno pensar, despertem o seu interesse, explicando verdades novas com o auxílio de verdades já assimiladas. O esboço não deve ser lido para a classe. Deve ser apresentado como um esqueleto que o professor vai revestir com a carne, usando os comentários necessários para revesti-lo e tornar a mensagem compreensível.
8. Ilustração da lição – o professor precisa estar atento ao limite de tempo que possui para que possa ministrar a aula de acordo com o objetivo principal. Myer Pearlman compara a ilustração da lição à edificação de uma casa:

  • “ Dominar a matéria e determinar o objetivo correspondem, digamos, a fazer um desenho da casa pronta, e elaborar a descrição detalhada da planta. Pode incluir a decisão quanto ao material que se há de usar.
  • A introdução da lição representa a abertura dos alicerces.
  • Resumir a lição é levantar as estruturas de concreto.
  • As perguntas correspondem às divisões revisadas. Pediu-se aos alunos que respondessem a algumas perguntas acerca do assunto.
  • Por meio de trabalhos práticos, por escrito, ou por meio de diálogo, o professor dará o acabamento à obra.”3
Ele ainda acrescenta:
  • “As ilustrações correspondem às janelas e às lâmpadas elétricas que iluminam as dependências da casa. As ilustrações esclarecem o tema, ajudam o aluno a compreendê-lo, e assim mantém seu interesse. Por isso, é melhor o professor preparar uma lista de ilustrações. ”4
Para fazer bom uso das ilustrações, o mesmo autor deixa-nos algumas sugestõesde como as ilustrações devem ser:
  • mais claras que a verdade que ser ilustrar;
  • interessarem o aluno e estar relacionada à sua experiência,
  • relacionarem-se realmente com a lição;
  • apresentadas com um certo limite, evitando-se o excesso;
  • causar boa impressão;
  • sugerirem boas idéias;
  • aplicadas à verdade e a verdade aplicada à ilustração. Ex.: parábolas.
8. A conclusão da lição – é o momento no qual o professor vai trabalhar para despertar no aluno o firme desejo de colocar em prática tudo o que aprendeu, dando a ele oportunidades para memorizar a mensagem principal e amar a verdade ali ensinada. Pois o que mais importa é a aplicabilidade do conhecimento, o que nos faz recordar a unidade do homem como a apresenta Pestalozzi: espírito – coração – mão. Observando este aspecto, o professor possibilitará o desenvolvimento da tríplice atividade humana, contribuindo para o aprimoramento da inteligência, da moral e da técnica: conhecer – querer – agir: “Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti” (Sl.119.11).
3. MÉTODOS DE ENSINO
Ao preparar a lição, o professor não deve considerar apenas o conhecimento do assunto, mas a forma como vai ensinar, fazendo, para si, perguntas, tais como:

  • Como vou transmitir as verdades espirituais à minha classe?
  • Vou partir de perguntas para despertar a motivação, a curiosidade?
  • Solicitarei alguma pesquisa?
  • Quais os caminhos que percorrerei juntamente com meus alunos?
Dissertação – é a apresentação da lição à classe, sem permitir que haja interferência contínua dos alunos. É válida para salas numerosas. Para isso, o professor deve ser um excelente orador, pois, dessa forma, vai reter a atenção e interesse da sala.
Narração – o professor inicia a aula contando uma história para despertar a motivação da sala, bem como a visualização do fato. É o método ideal para salas infantis, mas os adultos também apreciam este método e até ficam mais motivados.É uma excelente forma de apresentar as verdades espirituais. Para Myer Pearlman, “…Todo professor deve cultivar a arte de narrar histórias. Deve ser capaz de imaginar a vida nos tempos bíblicos, rever as cenas, caminhar entre as pessoas, ouvir suas conversas, compreender seus costumes, e depois descrever vividamente o que viu. Desta maneira a história bíblica chega a ser uma realidade para seus ouvintes.(…) Por meio de histórias bem narradas, os interesses, inclinações e emoções da criança podem ser encaminhados para o bem, com repúdio do mal. Comovidas e emocionadas pela história, a que dedicam todo o interesse, as crianças tornam-se ouvintes reverentes e, à medida que sua compaixão ou aversão é despertada, pela representação das cenas e personagens, as crianças podem ser guiadas e amar a retidão e odiar o pecado, com a mesma segurança e tranqüilidade. (…) A história que tem valor no ensino deve despertar emoções, incitar o interesse e gravar uma verdade no coração. É uma fotografia que chama a atenção, desperta o interesse e mexe nos sentimentos. A melhor forma de indicar que certa história tem valor no ensino da Escola Dominical é a comprovação de seu êxito.”5

  • Contar histórias é despertar o interesse de outrem porque sempre estamos interessados ao que acontece com o nosso semelhante. Lembremos do episódio ocorrido entre Davi e Natã (II Sm 12).
  • As histórias despertam sentimentos, emoções que empolgam os ouvintes, fazem vibrar as cordas do coração. Quem ouve começa a pensar, sentir e até interferir na ação das personagens, o que caracteriza um fenômeno chamado catarse. Jesus usou este recurso de forma abusiva quando contava suas parábolas.
  • O conteúdo da história deve estar vinculado à realidade. Seus princípios morais e espirituais precisam ser úteis ao nosso viver cotidiano (Lc 10.25-37).
  • A história influencia na conduta de quem a ouve, contribui para a formação do caráter.
  • Para contar histórias, o professor deve: conhecê-la bem, respeitar a ordem lógica dos acontecimentos, permitir que seus alunos vejam e ouçam diferentes cenas e personagens da história, dar oportunidades para que os alunos vivenciem e sintam as emoções que a história pode provocar.
Ensinar ao aluno como estudar – através de exercícios demonstrativos, o professor reuniria sua classe para apresentar-lhe os caminhos pelos quais estuda a lição e chega à algumas conclusões, demonstrando os motivos da realização de cada atividade do estudo bíblico e da necessidade de realizá-las.
Despertar o interesse de cada aluno para estudar – dar uma tarefa definida a cada aluno para que ele se sinta responsável pelo seu trabalho e o apresente à sala.
Método interrogativo - através de perguntas, o professor mantém a sala atenta ao que está ensinando, pois faz perguntas relativas às questões mais interessantes da lição. As perguntas devem fazê-los pensar, mas não podem provocar discussões de temas à parte do assunto em pauta. O professor deve estar atento para perguntas pertinentes ao assunto. Dessa forma, se estabelecerá o diálogo, a interatividade e o prazer pelo estudo.
A pergunta é um dos instrumentos mais úteis e eficazes no ensino. Elas devem ser usadas para o desenvolvimento da lição, esclarecer alguns pontos, estimular o pensamento, enfatizar as principais verdades e manter a classe atenta, ocupada.
Myer Pearlman nos orienta acerca da utilização deste método em nossas aulas:
“…as perguntas não devem confundir, mas devem ser claras e precisas. Não devem obscurecer o tema, mas jorrar luz sobre o terreno que será atravessado. As perguntas não devem revelaras respostas, porque isso impede o aluno de pensar. Que os alunos saibam muito bem o sentido das perguntas.(…) Se o aluno comete alguns erros quando responde, é melhor deixá-lo que continue, sem interrupção, porque o propósito principal quando você lhe faz uma pergunta não é apenas receber uma resposta exata, mas ensinar o aluno a expressar-se por si mesmo e a compreender a verdade. E ainda que a resposta esteja errada, ela exerce uma função importante: ela orienta o professor a corrigir algum conceito equivocado na mente do aluno.”6
MATERIAIS DIDÁTICOS
A escolha dos recursos didáticos está restrita ao método, criatividade e recursos disponíveis para que a aula não seja monótona, repetitiva e desestimulante, haja vista que 85% daquilo que apreendemos é adquirido por meio da visão. Segundo um provérbio japonês, “Ver uma coisa vale cem vezes mais do que ouvir sobre ela”. Assim a verdade será levada ao coração por meio dos olhos e esclarecem as curiosidades naturais de cada aluno. Para tornar a aula mais atrativa e interessante, neste ato de compartilhar verdades espirituais, podem ser usados:

  • quadro-negro – para registro de informações;
  • álbum seriado – para conter esboços, ilustrações, mapas e figuras;
  • flanelógrafo / flip-chart – painel no qual são anexadas as figuras ou textos;
  • retroprojetor- é uma espécie de álbum seriado elétrico;
  • objetos e outras coisas- usados continuamente por Cristo em seus ensinos, demonstra-nos a sua larga utilização em nossas ilustrações: o lírio representa a pureza; a lagarta, a regeneração e ressurreição; um feixe de ripas demonstra que a união faz a força etc.
Há outras dinâmicas que podem ser usadas, durante as aulas, para estimular o interesse:
 Palestra ou exposição – deve ser usada juntamente com outros métodos que permitam a construção do aprendizado a partir da realidade de vida do aluno, favorecendo a participação sem a monopolização do tempo por parte do professor. A exposição, apresentada de forma criativa, também é bastante proveitosa.
Discussão – é a apresentação de uma situação-problema (do interesse dos alunos) que será discutida por todo o grupo em busca de solução para o problema apresentado. O professor deve estimular a participação e respeitar as opiniões alheias, fornecendo informações imprescindíveis para orientar a discussão. As soluções possíveis devem ser atestadas e serem alvo das reflexões e avaliações da classe. Se o professor não interagir com a classe pode-se alcançar ao final sem conclusões alguma.
Discussão em grupos – aspectos diferentes de uma mesma situação-problema são distribuídos para grupos menores discutirem.O relator anotará as decisões finais para identificar as soluções, avaliação e decisão final. Depois cada grupo, apresentará seu relatório para a classe.
Perguntas – elaboradas, anteriormente, aguçarão a curiosidade intelectual dos alunos.
Debate – troca de opiniões em torno de um determinado tópico de estudo.
Dramatização – integra os alunos e auxilia na vivência da realidade do texto com mais intensidade e envolvimento.O professor deve usar métodos variados até descobrir aqueles com os quais os alunos se identificam, motivando-os à pesquisa e ao estudo da Palavra de Deus. Ter um método é optar por um caminho definido para conduzir os alunos ao lugar que desejamos.
4. COMO DESPERTAR O INTERESSE DOS ALUNOS
 “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.” (I Tm 4.15 – ARC)
1. Demonstre seriedade no estudo da Bíblia – desse modo, os alunos sentirão os resultados desse trabalho e terão motivação para seguir o seu exemplo. Só deve estar diante de uma sala de EBD quem está realmente comprometido com o estudo e ama a Palavra de Deus.
2. Procure ser pontual e assíduo - os alunos devem ser recebidos pelo professor, o qual deve iniciar e terminar a aula no horário estabelecido, evitando prolongamentos desnecessários. É preciso tomar cuidado para evitar críticas pela falta de compromisso.

 3. Ministre aulas criativas e dinâmicas – é necessário buscar formas atraentes e bem humoradas de ministração da Palavra. O dinamismo é imprescindível.
 4. Planeje aulas envolventes - os alunos precisam sentir-se à vontade para contribuir com a aula, verificando que o seu potencial, conhecimento e cultura são considerados. O planejamento do professor deve facilitar tudo isto, permitindo o envolvimento e o prazer de todos participarem da descoberta das verdades eternas.
 5. Busque a aplicação do conteúdo – esta é parte mais importante da aula no que se refere à utilidade para a vida do aluno. Ele precisa saber o que aquele texto bíblico tem a ver com a sua vida diária para que a Bíblia se torne um livro relevante e pertinente para sua realidade. O professor de EBD tem compromisso com a vida de seus alunos e não apenas com o intelecto deles, não se preocupa apenas em transmitir-lhes informações, mas de aplicar, em suas vidas, os princípios da Palavra de Deus.
 6. Não basta apenas ensinar, é preciso viver (Tg 4) – em atitudes e comportamento, o professor demonstra o que ensina em sua própria vida. Somente assim, os alunos verão a possibilidade de colocar em prática os princípios bíblicos. O professor deve ser piedoso e submisso à Palavra de Deus. Jesus tinha autoridade para ser mestre porque vivia o que ensinava.
 7. Esteja totalmente integrado à sua igreja – a cooperação e o envolvimento do professor com a Igreja inspira os alunos a se envolverem com as coisas de Deus, quando zela pela:

  • presença aos cultos e atividades da igreja;
  • entrega do dízimo na casa do Senhor;
  • distância dos ventos de doutrinas, sendo fiel aos princípios de sua denominação;
  • conduta exemplar, pois sua vida é uma referência para os demais, dando bom testemunho, não se envolvendo em conspirações que destroem a convivência entre os irmãos (Pv 6. 16-19)
5. PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA
 Contexto – todo texto bíblico é coerente com o contexto imediato e amplo. Interpretar textos fora de seu contexto é um grave erro.
 Gramatical – o uso e sentido das palavras sofrem alterações, daí a necessidade de pesquisa para compreender o sentido do texto para os seus destinatários. Também é necessário tomar cuidado com a leitura, observando a pontuação, os tempos verbais, plurais etc. Assim, a interpretação será eficaz.
 Histórico – todo texto foi produzido num momento histórico, com uma realidade social, cultural, geográfica, política e até filosófica específicas. Deve-se observar estes aspectos para compreender o texto bíblico.
 Teológico – todo texto bíblico está repleto de informações de caráter doutrinário. Cada texto contém um princípio doutrinário que deve ser destacado e aprendido.
 Prático – os princípios e as verdades bíblicas devem ser aplicados corretamente às necessidades do ser humano na época atual.
 
6. MÉTODOS DE ESTUDO BÍBLICO
 O estudo se constitui na descoberta do significado de um versículo à luz dos princípios citados acima. Não podemos estudar o versículo isoladamente. Para não incorrer neste erro, precisamos tomar as seguintes atitudes:

  • Identifique e examine o contexto geográfico-histórico, social e cultural.
  • Investigue o texto através de perguntas, fazendo suas próprias observações, levantando dúvidas e aplicações à sua vivência (inferências).
  • Reescreva o versículo com as suas próprias palavras.
  • Examine as referências, verificando outras idéias presentes ao texto e contexto.
  • Selecione aplicações úteis que causam impacto na vida das pessoas.
Em todos os capítulos da Bíblia há diversos ensinamentos e aplicações para nossas vidas. Para estudar cada capítulo, algumas atitudes permitem uma melhor compreensão do mesmo:
1) Leia o capítulo com atenção – familiarizando-se com ele em diversas versões.
2) Identifique a estrutura do capítulo – separando os assuntos nele tratados, coma finalidade de verificar o progresso do pensamento do autor.
3) Verifique o contexto – não deve ser tratado isoladamente, mas está revelando o propósito, mensagem e situação histórica do livro em que está inserido.
4) Pergunte ao texto- questionamento e investigação.
5) Amplie o horizonte da pesquisa – utilizando-se de outras referências bíblicas e materiais de apoio para facilitar a compreensão do texto.
6) Esquematize o estudo – destaque os principais aspectos tratados pelo texto com a finalidade de aplicá-los à sua vida e à vida dos alunos.
A SEQÜÊNCIA DE UM ESTUDO BÍBLICO:
 1. Delimite a abrangência do estudo – tome cuidado com as generalizações, para não perder o ponto central, o foco de seu estudo.
2. Descubra as passagens pertinentes – uma concordância bíblica e análise de diversos textos favorecerá a identificação de outros textos pertinentes ao assunto.
3. Entenda o contexto das passagens bíblicas - através de outros materiais de pesquisa e enciclopédias afins.
4. Anote observações e aplicações práticas – todo texto precisa da aplicação à sua vida e à de seus alunos.
5. Faça um esboço – para facilitar o entendimento progressivo do assunto.
6. Identifique informações – toda mensagem bíblica contém uma novidade que você precisa descobrir.
COMO ESTUDAR UM PERSONAGEM BÍBLICO:
 Aprendemos, com as fraquezas e virtudes dos personagens bíblicos, lições para serem aplicadas às nossas vidas.
 1) Escolha da personagem e lista de passagens que tratam da sua vida.
2) Resumo de sua vida para compreender o desencadeamento dos fatos por ele vividos.
3) Identificação das fraquezas e virtudes.
4) Comparação do personagem com a nossa vida e como lidou com as situações nas quais se evidenciaram fraquezas ou virtudes.
5) Organização da biografia da personagem.
 
COMO AJUDAR SUA IGREJA A CRESCER ATRAVÉS DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
 É necessário analisar a EBD de cada igreja para descobrir os motivos do desinteresse pelo estudo bíblico. Não seria demais reprisar que a mesma é uma das principais agentes da evangelização da igreja. Robert Raikes (1736-1811) tinha esta visão. A EBD, fundada por ele, evoluiu tanto que, após 20 anos de sua morte, 1.250.000 crianças (25% da população) estavam envolvidas com a Palavra de Deus. Para melhorar e fazer a EBD de nossa igreja local, é preciso:
a) Conquistar o Pastor – ele necessita de humildade e discernimento espiritual para montar uma equipe motivada e bem disposta que dinamize e contribua para o crescimento da Escola Bíblica Dominical.
b) Conscientizar os pais – da importância da integração da criança na igreja e do investimento na vida espiritual. Os mesmos devem dar o exemplo freqüentando as aulas e ensinando os filhos em casa.
c) Motivar os professores – não adianta dispor de recursos didáticos apropriados sem a prontidão e prazer dos professores no ministério do ensino. O professor é a “alma da EBD”, o que dá vida, aquele que realmente ensina para que os alunos não finjam que aprendem. O professor que realmente ama o ministério do ensino buscará o dinamismo e criatividade.
d) Promover a Escola Bíblica Dominical – “a propaganda é a alma do negócio” como diz o famoso adágio popular. Uma propaganda da EBD, que apela para a afetividade e fidelidade a este trabalho, a tornará mais eficaz, desde que seus promotores realmente acreditem e creiam na sua importância.


COMO EXPLORAR AS POTENCIALIDADES DE UMA CLASSE DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
 Cada classe da EBD pode ser um poderosos instrumento para o contínuo e garantido crescimento da Igreja, pois a formação de grupos menores pertencentes a uma específica faixa etária, sob a custódia de uma liderança, facilita a afinidade espiritual, interesse pelas Escrituras, bem como o crescimento espiritual. As regulares reuniões semanais contribuem para fortalecer e integrar os alunos envolvidos.
A EBD é um poderoso instrumento de evangelização, com um tremendo potencial para ganhar almas porque o seu trabalho atende os alunos de acordo com as suas necessidades. A mensagem central da Bíblia é o amor de Deus expresso na morte de Seu Filho; portanto, todo texto bíblico tem a pessoa de Jesus como centro. É dever do professor evangelizar os descrentes com base no texto bíblico que está a ensinar.
As classes da EBD podem fazer cultos evangelísticos nos lares para trazer novas almas para Cristo e para a sala. Também podem fazer grupos de visitação à famílias que passam momentos difíceis e alunos faltosos para ministrar a Palavra de Deus.
A evangelização por correspondência também é um poderoso instrumento para conquistar almas. Os visitantes das classes deixam os seus dados e algumas pessoas são encarregadas de enviar-lhes cartas, demonstrando a satisfação da sua presença na EBD, explicitando, também, o plano de salvação. Deve-se oferecer uma visita e informar o horário, objetivo e natureza do trabalho.
As classes podem contribuir financeiramente para a obra missionária, mantendo até correspondência com esses desbravadores, arautos do Senhor, bem como fazendo contínua oração por eles.
O trabalho de assistência social pode contar com o auxílio de uma classe, na doação de alimentos, visitas a asilos, creches e penitenciárias, projetos de ajuda a comunidades carentes.
A comunhão e oração contínua de uma classe também promove oportunidades para as pessoas compartilharem testemunhos e problemas através de encontros de oração (cuidado com falatórios!!!) e de parceiros de oração (Ec 4.9 a). Aniversários e ocasiões especiais também devem ser motivos de celebração.
As classes podem se unir para contribuir com os diversos trabalhos da Igreja, tais como: aconselhamento, recepção, evangelismo, cantina, plantão de oração, assistência aos necessitados etc. O estudo bíblico conjunto de um grupo resulta em crescimento pessoal e desenvolvimento da obra do Reino de Deus. Aprende-se a servir melhor ao Senhor e obedecê-lO. A palavra que não volta vazia, lançada em boa terá, em corações sinceros, só produzirá frutos bons.
AS OPORTUNIDADES DE UM PROFESSOR FORA DA SALA DE AULA
 Os objetivos do professor somente serão alcançados se os alunos demonstrarem, através de suas atitudes, o que, de fato, aprenderam. Na sala, o professor é o agente do processo de ensino-aprendizagem e, fora dela, precisa observar as ações, o comportamento e a postura dos alunos diante do que lhes foi ensinado.
 O professor também é observado
  • No culto- freqüência à Igreja, participação nos cultos, disciplina, reverência no culto, disposição para ouvir atentamente a Palavra ministrada.
  • No caráter- o empenho da palavra, a honestidade e justiça em suas ações. É preciso honrar o que se prega sem destruir fora da sala o que tentou construir dentro dela.
  • Nos relacionamentos- a gentileza e amabilidade com os familiares e outras pessoas são extremamente significativas. Assim se verificará como os ensinos de Cristo produzem efeito nas vidas.
O professor, por sua vez, também observa
 Se os alunos estão alcançando maturidade espiritual, comprometeram-se com a obra de Deus, tiveram melhores resultados no convívio familiar. Não adianta verificar apenas se houve compreensão e retenção das informações veiculadas, mas se há vivência dos princípios do Evangelho.
Entre alunos e professores deve haver confiança e cordialidade. Quando se cultiva isto, eles têm a necessidade de compartilhar segredos e dificuldades próprias com o professor para que o mesmo ore e ajude.
 COMO CONHECER MELHOR OS ALUNOS DE UMA CLASSE
 Para cumprir, efetivamente, o seu papel, o professor deve conhecer os seus alunos e as suas necessidades. Ele não pode ser um mero receptor de conhecimentos. Na sala de aula, é imprescindível o apelo à dialogicidade (interatividade). Enquanto ensina, o professor aprende. Enquanto o aluno aprende, ensina.
Dessa forma, o educador passa por um processo de reeducação numa ação interativa. O educador precisa obter uma visão crítica de cada aluno, reconhecer suas limitações para aprimorar o seu ensino. Tudo isto vai depender da postura do professor, da visão pessoal, da filosofia que orienta o seu trabalho. O discurso, o sentimento e a ação devem integrar a ação educadora.
O professor precisa conhecer as diferentes características dos alunos, tais como a idade, a maturidade intelectual a sua realidade de vida. Cuidado com a tapeagogia! Para isto, ele deve:
  • conhecer os alunos pelos nomes;
  • visitá-los oportunamente;
  • interessar-se pela vida pessoal dos alunos;
  • aproximar-se da família deles;
  • descobrir as atenções e interesses dos alunos para promover o bem-estar na sala ;
  • ser sociável, facilitar o trabalho através de um relacionamento pessoal sem barreiras na comunicação.
A profundidade do ensino depende da intensidade do conhecimento que se tem dos alunos.
 
COMO MELHORAR A QUALIDADE DO TRABALHO DO PROFESSOR
 O professor contribui para a eclosão de idéias, trazer à luz o conhecimento adormecido. Este trabalho requer o aprimoramento, a reciclagem, o aperfeiçoamento dessa tarefa. É necessário enfrentar novos desafios, sentir a necessidade de crescer juntamente com seus alunos (Ef 4.13), manter a mente arejada e o coração pronto para testar novos métodos e intensificar sua ação educativa. Daí a importância de novas descobertas, novas propostas, a convicção de que não somos detentores de todo conhecimento. A humildade é imprescindível para a correção dos erros, aperfeiçoamento de técnicas e redirecionamento de caminhos.
Vivemos numa sociedade cada vez mais exigente com a utilização de novas tecnologias. Por isto, não podemos, em circunstância alguma, deixar de usar os diversos recursos disponíveis que melhoram a qualidade de nosso trabalho. São os que aliam a técnica ao conteúdo. As reuniões dos professores são um excelente recurso para aprimorar a EBD.
É dever, da superintendência da Igreja, a motivação e a disposição de contribuir para o aperfeiçoamento dos professores, os quais precisam da valorização e investimento em seu potencial.
Os professores, que sabem como ensinar, planejam e desenvolvem uma aula tecnicamente perfeita e eficiente, pois utilizam as técnicas adequadas.
Os professores, que sabem o que ensinar, conhecem as doutrinas e histórias bíblicas, alicerçam os seus ensinamentos com fundamento bíblico.
 Não podíamos deixar de tornar nossas estas recomendações de Myer Pearlman:
 “Você perceberá que os sermões que lhe darão mais satisfação, os que verdadeiramente atingem a vida das pessoas, são os sermões tirados do íntimo de seu ser. São ossos de seus ossos, carne de sua carne, o produto de seu trabalho mental, a potência nascida de sua própria energia criativa. São sermões que vivem, que se movem, que voam pelo templo, deleitando, convencendo, impressionando os homens e louvando a Deus. São sermões que penetram no coração dos homens fazendo-os subir como águias e trilhar os caminhos do dever sem fatigar-se. São sermões reais os que verdadeiramente nascem da energia vital do Espírito Santo dentro do homem que os prega.”7
 
COMO DEVE ATUAR O PROFESSOR PARA SE APRIMORAR?
 Auto-didatismo – o professor pode valer-se de livros, rever seus conceitos e método de trabalho. A reciclagem é produto da humildade do professor. Em seu trabalho, também precisa haver cuidado com a aparência, expressão, otimismo, cortesia, simpatia, iniciativa, entusiasmo, saúde.
 Uso de tecnologias de informação – o professor pode utilizar a Internet para se atualizar, instruir-se e alargar os seus conhecimentos. Assim poderá consultar livros e enciclopédias virtuais, compartilhar saberes através de e-mails, grupos de discussão e sites que podem instrumentalizá-lo para o ensino das Escrituras.
 BÊNÇÃOS E DESAFIOS PARA ESTE FINAL DE MILÊNIO
 “O ensino do sábio é fonte de vida, para que se evitem os laços da morte.” (Pv 13.14)
 O ensino da palavra de Deus é um grande desafio em nossos dias. Num mundo aonde jaz o materialismo e o ceticismo, esta Palavra é um alento de esperança porque não está baseada em verdades humanas e temporais, mas nas verdades divinas e eternas. Certamente, é uma posição honrosa que o Senhor nos deu, para executarmos esta sublime tarefa:
  • sendo ponte – o conduto pelo qual os alunos alcançarão o outro lado do rio, a edificação espiritual, o prazer de conduzir pessoas para o outro lado;
  • sendo aluno – ser mestre é sentir as dores e preocupações dos alunos, aprender com eles, com as aulas e com a vida. Se não fossem os alunos, não seríamos professores. Para ser professor é preciso haver alunos; para haver alunos, o professor. Somos dependentes. Aprendemos enquanto ensinamos. Não podemos ficar a sós nesta empreitada, devemos trazer os alunos conosco;
  • sendo servo – o mestre é um servidor na igreja, serve os alunos com o seu conhecimento e deve fazê-lo com prazer, alegria, espontaneidade e disposição. Muitas vezes, precisa renunciar a diversas coisas para exercer este trabalho;
  • sendo canal para o crescimento – ser mestre é estar disponível para auxiliar no crescimento da igreja. Ele é uma espécie de termômetro. A freqüência de sua classe indica o nível de seu trabalho, é uma espécie de controle de qualidade de seu trabalho;
  • sendo responsável – no estudo da Palavra, no compromisso, no empenho em seu ministério, zelo e aplicação na vida daquilo que ensina.;
  • sendo motivo de glorificação ao nome do Senhor – edificando a sua vida e contribuindo para edificação de outros. Tudo o que fizer deve objetivar a glorificação de Seu nome.
  • Sendo grato – o Senhor nos concedeu um imenso privilégio: o de ser porta-voz e disseminador de Sua Palavra. É preciso reconhecer e valorizar tão nobre missão. Daí a necessidade de ter prazer na lei do Senhor e nela meditar de dia e de noite (Sl 1.2). A nossa fé nos mantém firmes e esperançosos de que seremos imensamente recompensados e com o crescimento espiritual e pessoal de cada um de nossos alunos (Sl 126.6).
OS DEZ MANDAMENTOS DO PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL
 1. Amar a Palavra de Deus ao ponto de estudá-la com afinco e constância.
 2. Reconhecer o valor da Educação religiosa e ter na mais alta estima a missão do educador.
 3. Estar sempre bem preparado para ensinar a Bíblia na classe.
 4. Estar sempre em dia com os novos métodos de ensino e procurar renová-los quando necessário.
 5. Dar instrução sem esquecer da educação, isto é, transmitir conhecimento e ao mesmo tempo formar o caráter.
 6. Amar o aluno como a seu próprio filho.
 7. Saber que o aluno tem uma personalidade que merece respeito; e uma vida cristã em desenvolvimento.
 8. Amar a igreja da qual é membro, prestigiando com sua presença e contribuição suas programações e suas promoções.
 9. Procurar em tudo ser exemplo digno de ser seguido por seus alunos.
 10. Estudar sempre com o fim de aperfeiçoar-se para servir sempre melhor ao Senhor.
 
BIBLIOGRAFIA:
 DORNAS, Lécio. Socorro! Sou professor da Escola Dominical: como tornar a EBD mais dinâmica, edificante e criativa. 6.ed. São Paulo: Eclésia, 2000.
PEARLMAN, Myer. Ensinando com êxito na Escola Dominical. Trad. Rejane Caldas. São Paulo: Vida, 1997.